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O Poder do Respeito

  • Foto do escritor: Shirley Ortiz
    Shirley Ortiz
  • 17 de nov.
  • 4 min de leitura

A Condição Humana na Liderança: Respeito Genuíno como Base do Sucesso

A condição de 'ser humano' é maior do que qualquer cargo ou hierarquia. Compreender essa premissa básica abre espaço para comportamentos que geram valor para a empresa e para as pessoas.


Destaques

  • Toda pessoa tem valor

  • Cada pessoa é capaz de gerar contribuições únicas

  • Como líder, você precisa ser verdadeiramente humilde para dar voz às pessoas


Quando um chefe grita com um subordinado, ele literalmente se encolhe. O problema é que esse "encolhimento" físico reflete um real encolhimento do potencial da sua equipe, diminuindo a autoconfiança de cada membro para agir com iniciativa, propor soluções e agregar valor para a empresa. O resultado é um time de baixa performance e um clima tenso, no qual cada um faz só o que é demandado, de forma a não se expor para se salvaguardar da humilhação de ser desrespeitado pelo chefe de novo. Que líder quer um resultado desses? Nenhum. Mas é só tirar um tempinho para conversar com as equipes para perceber que há muitos gerentes, diretores e até vice-presidentes e CEOs gerando esse clima desfavorável para o atingimento das suas próprias metas.


O antídoto para esse veneno organizacional é o Respeito genuíno.

Quando o líder se reconhece igual aos membros da sua equipe, independente da diferença hierárquica, ele estabelece a primeira condição para expandir o potencial do time: reconhecer que cada pessoa é dotada de um Valor primário, intrínseco ao ser humano, independente da atividade que exerce, do seu cargo ou função na empresa. O segundo nível que sedimenta o Respeito é perceber as características que tornam cada colaborador único, com qualidades e potencialidades que somam ao time de maneira exclusiva. Com base nas suas referências culturais e experiências vividas, cada membro da equipe traz uma perspectiva de ver os fatos e um jeito próprio de criar e implantar ideias.


Ao respeitar a integridade de cada ser humano que compõe o time, o líder encoraja o grupo a propor soluções e a usar seu máximo potencial a favor do objetivo comum, alavancando resultados. Esse processo alimenta o ciclo de inovação na empresa e nutre as pessoas de confiança para darem o seu melhor no trabalho, sentindo-se seguras para ousar transcender seus próprios limites.


Como você percebe o seu time? As pessoas estão engajadas, se expressam livremente e tem tesão em contribuir e fazer acontecer? Ou estão apáticas, "comprimidas" e com medo de se manifestar?

O que você pode fazer para fortalecer o Respeito genuíno na relação com a sua equipe?


A Indagação Humilde

No livro "Liderança sem Ego", Edgar H. Schein, referência em desenvolvimento organizacional, propõe o exercício do que ele define como Indagação Humilde para construir relações positivas.


"Porque num mundo cada vez mais complexo, interdependente e diversificado no âmbito cultural não é possível compreendermos pessoas que atuem em diferentes áreas ocupacionais, profissionais e nacionais nem trabalharmos com elas se não soubermos fazer perguntas nem construir relacionamentos que estejam baseados em respeito mútuo e no reconhecimento de que os outros sabem coisas que talvez precisamos saber para que um trabalho seja feito." (pág. 10).

Propiciar abertura para que todos os membros da equipe expressem opinião, questionem e acrescentem informações relevantes é uma forma de garantir melhor assertividade na execução de tarefas e atingir resultados mais satisfatórios. Também é uma maneira de mitigar erros e falhas que poderiam ser evitadas se as pessoas da base da organização fossem ouvidas.


Dependendo do tipo de serviço da empresa, esses erros podem corresponder a milhões, ou, em situações mais graves, podem significar a perda de vidas de dezenas de pessoas, como no caso das tragédias envolvendo danos socioambientais ocorridas recentemente no Brasil.


"Indagação Humilde é a arte de fazer com que a outra pessoa seja franca com você, fazendo a ela as perguntas certas para obter as informações de que precisa para cultivarem um relacionamento positivo baseado na confiança e no interesse sincero." (pág 37).


Os 3 tipos de humildade

Para explicar melhor essa ideia, Edgar Schein diferencia 3 tipos de 'humildade'.

A primeira refere-se ao que sentimos diante de idosos e dignatários; a segunda está ligada ao sentimento que temos pelas pessoas que admiramos e respeitamos em função de suas realizações; e a terceira é a que o autor define como Humildade Aqui e Agora, que se configura quando dependemos de uma pessoa para realizar algo. Essa última está cada vez mais presente nas relações de trabalho, nas quais cresce a interdependência entre líderes e subordinados e entre pares.


Indagação Humilde

Para que a Indagação Humilde se realize, entretanto, é fundamental que haja curiosidade e interesse genuíno. Ou seja, que realmente se queira ouvir o que o outro tem a dizer. E isso só acontece se considerarmos que o outro de fato tem algo relevante para contribuir, independente de sua posição hierárquica ser inferior ou superior a de quem indaga.


Segundo Schein, a prática de Indagação Humilde enfrenta como obstáculos os Pressupostos tácitos arraigados na cultura ocidental, que supervaloriza a afirmação e dá mais valor ao cumprimento da tarefa do que à construção de relacionamentos. Apesar de recentemente estar se falando muito em cooperação, trabalho em equipe e comunicação, as práticas organizacionais ainda refletem uma cultura individualista, na qual alguém recebe o mérito (e a recompensa financeira) pelas conquistas. E, da mesma forma, alguém é crucificado quando as coisas dão errado. A análise do autor é baseada na cultura americana, porém as semelhanças com a cultura brasileira são muitas quando se fala em como as empresas funcionam.


A mudança de paradigma

Seja no Brasil ou nos EUA, o fato é que vivemos em um momento de mudança desses pressupostos tácitos que nortearam o mundo corporativo durante tantos anos. Estamos incorporando os novos Valores Adotados em função da mudança de paradigmas que acontece em toda a sociedade hoje. As novas demandas, muito mais complexas, estão exigindo novas respostas. Esses Valores redefinem as perspectivas de ganha-perde para uma visão de ganha-a-ganha (ou perde-perde), uma vez que não podemos mais nos ver 'separados' uns dos outros. E se nos reconhecemos todos no mesmo barco, fica evidente a necessidade de melhorar a comunicação, aumentar a confiança e fortalecer relacionamentos.


Nessa perspectiva, o Respeito genuíno torna-se imprescindível, e o seu cultivo tem o potencial de elevar o nível das nossas empresas para um patamar coerente com as nossas necessidades mais profundas.

 
 
 

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